Olhando a lista do que li neste ano fiquei com a
impressão que, tal qual o autor do maior trote telefônico da história, perdi
muito tempo com bobagens – logo, a meta literária para o ano que vem está evidente.
O que dá pra recomendar (sem nenhuma ordem particular):
Economia,
mercados & afins:
- ‘The Second
Machine Age’,
Andrew McAfee e Erik Brynjolfsson. Possivelmente o melhor guia – sem (muito) deslumbre ou
catastrofismo – para como o refinamento de algumas tecnologias que já utilizamos
hoje vai mudar nossas vidas e a estrutura do mercado de trabalho.
- ‘How Does My
Country Grow’,
Brian Pinto. Excelente guia para analisar países do ponto de vista da macroeconomia e um prazer de ler – uma raridade para livros desse tipo. Grande dica do Samuel
Pessôa.
- ‘The Origin of Wealth: Evolution, Complexity, And the Radical Remaking of Economics’, Eric D. Beinhocker. Economia da complexidade é a heterodoxia possível, acho.
Temas
menos mundanos:
- ‘Letters to a
Young Contrarian’,
Christopher Hitchens. Hitchens irrita como poucos.
- ‘When the Facts Change: Essays, 1995-2010’, Tony Judt. A raspa do tacho da produção de Judt, melhor do que muitos tachos inteiros por aí.
Quadrinhos:
- ‘The Fixer and
Other Stories’,
Joe Sacco. O ‘fixer’ do título é uma alegoria
brutal da Guerra da Bósnia e um dos grandes personagens que já apareceram nos
quadrinhos.
- ‘Zahra’s
Paradise’, Amir & Khalil. Excelente companhia pro ‘Rosewater’,
de Jon Stewart.
- ‘Bohemians’, vários autores
editados por Paul Buhle e David Berger. Coletânea de quadrinhos um pouco
irregular, mas raramente desinteressante sobre uma época porreta.
- ‘Relish: My Life in the Kitchen’, Lucy Knisley. Qualquer um que gosta de comer vai se identificar com essas memórias sentimentais. A receita de carbonara foi testada e aprovada por este sofrível cozinheiro.
Ficção:
- ‘Três
Mulheres de Três PPPês’, Paulo Emílio Sales Gomes. As três mulheres sapateiam
nos três PPPês (os narradores) em novelas de alma paulistana (isso é um
elogio!). Paulo Emílio teria feito 100 anos em 2016, aqui uma bela
homenagem da Cinemateca Brasileira.
- ‘The Children
Act’, Ian
McEwan. McEwan consegue dar leveza para temas éticos e morais pesados e
humanidade para juízes e advogados (he he he).
- ‘Bonita Avenue’, Peter Buwalda e ‘The Human Stain’, Philip Roth. Fazendo a lista
me dei conta de que esses dois livros têm bastante em comum – Roth é melhor,
mas Buwalda também satisfaz.
- ‘Obra
Completa’, Murilo Rubião. Dos contos mais bem escritos e originais da nossa
língua.
- ‘Madame Bovary’, Gustave Flaubert. Precisa justificar?
Tudo que li no ano está no Goodreads. Feliz 2017, caras e caros.