segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Os Livros de 2016

Olhando a lista do que li neste ano fiquei com a impressão que, tal qual o autor do maior trote telefônico da história, perdi muito tempo com bobagens – logo, a meta literária para o ano que vem está evidente. O que dá pra recomendar (sem nenhuma ordem particular):

Economia, mercados & afins:


  • ‘The Second Machine Age’, Andrew McAfee e Erik Brynjolfsson. Possivelmente o melhor guia – sem (muito) deslumbre ou catastrofismo – para como o refinamento de algumas tecnologias que já utilizamos hoje vai mudar nossas vidas e a estrutura do mercado de trabalho.
  • ‘How Does My Country Grow’, Brian Pinto. Excelente guia para analisar países do ponto de vista da macroeconomia e um prazer de ler – uma raridade para livros desse tipo. Grande dica do Samuel Pessôa.
  • ‘The Origin of Wealth: Evolution, Complexity, And the Radical Remaking of Economics’, Eric D. Beinhocker. Economia da complexidade é a heterodoxia possível, acho.

Temas menos mundanos:

  • ‘Letters to a Young Contrarian’, Christopher Hitchens. Hitchens irrita como poucos.
  • ‘When the Facts Change: Essays, 1995-2010’, Tony Judt. A raspa do tacho da produção de Judt, melhor do que muitos tachos inteiros por aí.
Quadrinhos:

  • ‘The Fixer and Other Stories’, Joe Sacco. O ‘fixer’ do título é uma alegoria brutal da Guerra da Bósnia e um dos grandes personagens que já apareceram nos quadrinhos.
  • ‘Zahra’s Paradise’, Amir & Khalil. Excelente companhia pro ‘Rosewater’, de Jon Stewart.
  • ‘Bohemians’, vários autores editados por Paul Buhle e David Berger. Coletânea de quadrinhos um pouco irregular, mas raramente desinteressante sobre uma época porreta.
  • ‘Relish: My Life in the Kitchen’, Lucy Knisley. Qualquer um que gosta de comer vai se identificar com essas memórias sentimentais. A receita de carbonara foi testada e aprovada por este sofrível cozinheiro.
Ficção:
  • ‘Três Mulheres de Três PPPês’, Paulo Emílio Sales Gomes. As três mulheres sapateiam nos três PPPês (os narradores) em novelas de alma paulistana (isso é um elogio!). Paulo Emílio teria feito 100 anos em 2016, aqui uma bela homenagem da Cinemateca Brasileira.
  • ‘The Children Act’, Ian McEwan. McEwan consegue dar leveza para temas éticos e morais pesados e humanidade para juízes e advogados (he he he).
  • ‘Bonita Avenue’, Peter Buwalda e ‘The Human Stain’, Philip Roth. Fazendo a lista me dei conta de que esses dois livros têm bastante em comum – Roth é melhor, mas Buwalda também satisfaz.
  • ‘Obra Completa’, Murilo Rubião. Dos contos mais bem escritos e originais da nossa língua.
  • ‘Madame Bovary’, Gustave Flaubert. Precisa justificar?

Tudo que li no ano está no Goodreads. Feliz 2017, caras e caros.