quarta-feira, 18 de julho de 2012

Bipolaridade do Dia

Duas notícias publicadas hoje exatamente no mesmo horário no UOL, baseadas em estudos do mesmo profissional (clique nas imagens para acessar):

- A primeira faz "tchan":


- A segunda faz "tchun":


Impossível (sem entrar no mérito do conteúdo das matérias, outra história) não invocar o mascote preferido do Alexandre Schwartsman.

27 comentários:

Anônimo disse...

Eu quero tchu...

Anônimo disse...

GV-SP sempre provocando risos

Anônimo disse...

Affffffff

Moska disse...

Pelo que entendi a Bipolaridade está na manchete pois o conteúdo me parece o mesmo, uma vez que na primeira reportagem ja mencionam que o estudo conclui que a bolsa foi pior do que o CDI desde 1994.

Moska disse...

Pelo que entendi a Bipolaridade está na manchete pois o conteúdo me parece o mesmo, uma vez que na primeira reportagem ja mencionam que o estudo conclui que a bolsa foi pior do que o CDI desde 1994.

paulo araújo disse...

Fui olhar agora. As duas notícias e o artigo (“Bolsa perde feio da renda fixa: uma inconveniente verdade para muitos. Ou O coração tem suas razões, que a própria razão desconhece.”) no “blog do Samy Desmistificando finanças e economia” ainda estão no ar. Incrível!

Quanto ao artigo, escrito por Samy Dana, sobre perdas e ganhos no sobe e desce da bolsa, não tenho juízo porque nada sei dessas coisas e também porque os meus caraminguás eu coloco na caderneta de poupança. Mas escrever é um "seu tratado sobre espiritualidade intitulada [sic] Pensées" é vergonhoso. Se o que o autor conhece de Pascal é o mesmo que conhece do ramo, suas análises financeiras são temerárias.

Fui direto na Wikipedia. Batata! O articulista chupou descaradamente essa coisa (Pensées=tratado de espiritualidade) de verbete em português (ver: Blaise Pascal). Pascal morreu em 1662. Pensées são fragmentos que foram reunidos e publicados após a morte pelos amigos de Port-Royal.

O jansenista não abomina a razão. Ele pergunta a respeito dos limites da razão perante a complexidade do mundo e recorre a Deus como a única escapatória possível da miserável condição humana.

O clichê "sua frase mais conhecida": "O coração tem suas razões, que a própria razão desconhece", seria mais bem empregado se fosse remetido à licença poética de João Gilberto (Aos pés da Santa Cruz: "O coração tem razões que a própria razão desconhece/Faz promessas e juras, depois esquece").

Le coeur a ses raisons, que la raison ne connaît point. On le sent en mille choses. C’est le coeur qui sent Dieu, et non la raison. Voilà ce que c’est que la foi parfaite, Dieu sensible au coeur. (XXVIII. Pensées Chrétiennes. Pensées. Edition de Port-Royal, 1671)

Na minha tradução:

O coração tem razões, que a própria razão desconhece porque ela é impotente para avaliá-las. Sentimos isso em mil coisas. É o coração que sente Deus e não a razão. Eis o que é a fé perfeita, Deus sensível ao coração.

A frase final do artigo (“Acredito que Pascal colaborou, mesmo sem saber, para explicar as inúmeras indicações em bolsa feitas por grande parte dos financistas no Brasil.”) é ridícula. Similar a dizer que Einstein colaborou, mesmo sem saber...; que Darwin colaborou, mesmo sem saber...

Drunkeynesian disse...

Ouch... é pior do que eu imaginava...

Anônimo disse...

Então vejam isso (o negrito é meu):

"Independentemente das inventivas fórmulas, o investimento na bolsa no longo prazo faz sentido do ponto de vista teórico, no entanto, todavia, entretanto, contudo, não obstante, NÃO se pode esquecer que as leis econômicas nem sempre funcionam na prática, ainda mais, em terras brasileiras com sol tropical e com taxas de juros entre as maiores do mundo."

Em que pais esse cara vive? Estou me perguntando sobre o vinculo dele com a UOL/Folha. Será que ele é recebe algo pra ter um blog tão elucidativo?

Abs
RTB

Drunkeynesian disse...

Seguramente recebe E forma outros profissionais na FGV.

Anônimo disse...

Minha conclusão é que esse tal de CDI aí é bom pra cacete

Drunkeynesian disse...

Foi muito bom, agora é menos bom, mas ainda não é ruim...

Anônimo disse...

Melhor ainda que esse tal de CDI so se vc fizer como esse sujeito e receber da UOL pra falar abobrinha em blog e da GV pra dar aula (coitados dos alunos!).

Se bem que o payback desse investimento no curso de Economia da GV deve ser meio longo... é, pensando bem esse tal de CDI é melhor mesmo!

Abs
RTB

Anônimo disse...

Este tal de Samy Dana com certeza é um grafista.
Sempre eles!

DK, falar nisto, cadê o esperado post sobre análise técnica?
Vai me dizer que um simples resfriado te deixou preguiçoso?

Drunkeynesian disse...

Não só o resfriado... muita coisa pra fazer. O post está montado, é "só" escrever. Talvez ainda saia esta semana.

Dawran Numida disse...

Impressionante.
Se não dá para aproveitar muita coisa do que dizem as autoridades econômicas e políticas, também não dá para acreditar em analistas?
Assim, é demais, caramba.
Isso fica parecendo o caso do "...PIB não serve para avaliar a pujança da Nação...". O que valeria, seria "...o que se faz pelas crianças e adolescentes...".
Até ai, vá lá, tudo bem. Mas, se os dados do PIB não servem mais, quais seriam os dados sobre as criancinhas que servem e por que não foram apresentados?
Difícil.

Anônimo disse...

Dá pra acreditar nos analistas sim, principalmente naqueles cujas análises vc não vai encontrar de graça na página do UOL

paulo araújo disse...

Não tenho desculpa. Errei feio.

"Aos pés da cruz" foi gravada também por João Gilberto. Fui dormir com a música tocando na minha cabeça. Acordei com outra voz cantando na minha cabeça.

Fiz o que devia ter feito ontem. Fui ao Cravo Albin:

Marino do Espírito Santo Pinto
18/7/1916 Bom Jardim, RJ
28/1/1965 Rio de Janeiro, RJ

"Em 1942, compôs um dos seus grandes sucessos, o samba "Aos pés da cruz", em parceria com Zé da Zilda. Último grande sucesso de Orlando Silva na Victor"

http://www.dicionariompb.com.br/marino-pinto/dados-artisticos

PS: Fui ver no youtube. Fico com Baden Powell

http://www.youtube.com/watch?v=B_dr9Bsg0so&feature=related

Drunkeynesian disse...

Concordo, anon... você leva o que paga, no geral.

Paulo, eu tinha o Zé da Zilda em mente, mas esqueci de mencionar. O João Gilberto compos muito pouco, que eu lembre só "Bim-Bom", "Undiu"... quase todo o resto do repertório é de sambas antigos.

Anônimo disse...

Nem só sambas antigos. Chega de Saudade (além de outros de Tom) era novo quando ele gravou. E ele gravou Sampa do Caetano, Me Chama do Lobão...

Drunkeynesian disse...

Me Chama nunca ouvi com ele, que maluco... vou procurar...

Anônimo disse...

Fodão: http://www.youtube.com/watch?v=LUAbB5fOWMQ

Anônimo disse...

O pior não é economista errando citações de intelectuais de outra área. O pior é economista nem entendendo artigo de economia e, pior, querendo falar mal da FGV-SP (rs). Quando se fala que Bolsa perdeu para renda fixa, o fato reflete o processo de estabilização brasileira, quando os juros tiveram que ficar muito altos por muito tempo. Ou seja, estamos falando de passado. Quando se diz de futuro do Brasil, a previsão é de juros muito mais baixos. Com isso, a bolsa tende a ganhar no futuro. Tem segredo nisso?

Drunkeynesian disse...

Mas não precisa muito além de 2o grau completo para concluir isso... e a conclusão de bolsa tendendo a ganhar no futuro é longe de evidente.

Dawran Numida disse...

Sim, o pagou, levou, ocorre.
Só que se esse erro apontado no post acontece com cliente, que paga, já era.
E olha que isso acontece.

Bruno disse...

Comparar com CDI de 94 pra cá é sacanagem. Será que veremos um dia taxas de juros como as que vigoraram entre 1994 e 2002? Eu acho quase impossível, por mais que a Dilma esteja se esforçando para criar as condições necessárias.

Bruno disse...

Quanto à bolsa ganhando no longo prazo, eu pessoalmente acho que quem apostar só no ibovespa, sem analisar fundamentos nem cenário macroeconômico pode sim ter uma bela surpresa. Os japoneses que o digam. Em economia, a unica certeza que eu tenho é que não existem certezas absolutas.

Drunkeynesian disse...

Não precisa pegar os extremos, basta pegar o caso dos juros reais de mercado (NTN-B) até bem pouco tempo atrás - algo como 6% ao ano.