quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Os discos de 2014

(Ou: o post que deveria ter saído em dezembro, mas se a Camila fez a lista dela em fevereiro, eu também posso.)

Depois de muito tempo, em 2014 consegui acompanhar mais ou menos sistematicamente os lançamentos do que me interessa em música. Aqui o que mais gostei, sem ordem particular:


  • Trilhas de Boyhood e Chef, as melhores mixtapes do ano: a primeira tão boa quanto o filme, músicas seguindo a vida do personagem principal (finalmente me cocei pra ouvir Wilco depois de gamar em I Hate It Here); a segunda, trilha para uma roadtrip acompanhada de música caribenha e do sul dos EUA. Boyhood ainda nos presenteou com uma excelente coletânea pirata das melhores músicas dos ex-Beatles em carreira solo. Os caras eram bons, mesmo (OK, o Ringo, muito mais sortudo do que bom).
  • D'Angelo and the Vanguard, Black Messiah. Disse tudo o Sasha Frere-Jones: "D’Angelo is worthy of the arrogance of Isaac Hayes, who, in 1971, called an album “Black Moses,” with no apparent metaphoric dodges, and the self-regard of Prince. Arrogance suits pop stars, as their swagger encourages our own, especially in a moment of social fracture. D’Angelo is entitled to brag."
  • Avishai Cohen's Triveni, Dark Nights. Trio de trompete, baixo e bateria, tudo meio soltão, pra ouvir no escuro e esquecer do tempo passando. Cohen também está no lindo Lathe of Heaven, do Mark Turner Quartet (também sem piano), e Turner, grande saxofonista, tocou com o colossal trompetista Tom Harrell em Trip—este inspirado em Dom Quixote.
  • Girma Yifrashewa, Love and Peace. Pianista etíope, às vezes lembra Keith Jarrett, às vezes Chopin, às vezes a compatriota Emahoy Tsegue-Maryam Gebrou (que apareceu na sensacional Ethiopiques). E não costumo gostar muito de piano solo...
  • Tord Gustavsen Quartet, Extended Circle, melhor representante do jazz escandinavo da ECM. Tudo lindamente tocado, quase melhor que o silêncio.
  • Christine Jensen Jazz Orchestra, Habitat e Marius Neset/Trondheim Jazz Orchestra, Lion. Dois discaços de orquestras, ambos lembrando um pouco o que faz a Maria Schneider. Lion faz belo uso do acordeão, instrumento do qual tenho gostado cada vez mais.
  • Andrew Bird, I Want to See Pulaski at Night, só pela primeira música, que tocou em um episódio de Orange Is the New Black e não me saiu da cabeça desde então.
  • Pat Metheny Unity Group, Kin (←→). Pelo Chris Potter, talvez o melhor saxofonista da geração. O baterista é o mexicano Antonio Sánchez, que fez a trilha de Birdman.
  • Melissa Aldana & Crash Trio, a chilena quebrando tudo, sem o suporte do piano, sob a melhor influência de Sonny Rollins. Também foi dos melhores (poucos) shows que vi no ano passado, no festival da Berklee.
  • Quadraceratops, septeto de Londres que descobri por acaso, lendo jornal.
  • Jeff Ballard Trio, Time's Tales. Miguel Zenon melhor aqui do que no seu solo lançado no ano, Identities Are Changeable. Lionel Loueke completa o trio.
  • Jerome Sabbagh, The Turn, acho que o disco que mais vezes ouvi no ano passado, junto com o da Melissa Aldana. Difícil saber quem está melhor, Sabbagh ou o guitarrista Ben Monder.
  • Noura Mint Seymali, Tzenni. Como disse no Twitter, o melhor disco de rock do ano passado foi feito por uma mulher da Mauritânia (podem me xingar de cosmopolitohipster, ou algo do tipo).

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

(Mais) Fronteiras da Análise Técnica

(Sim, o primeiro post do blog em 2015 veio depois de quase 60 dias e é só a continuação de uma série sem graça. Precisava, porém, postar algo pra ver se saio da inércia. Espero voltar com alguma frequência até o meio do ano.)

Via Suvi Kosonen, o Vomiting Camel:


E uma lição valiosa do Dilbert:



Mais fronteiras da análise técnica:

- O Beija-Flor
O Martelo de Thor (Batista)
Intraday Bart
Velociraptor
Vampire Black Swan
Bullish Cyclist
Evil Knievel Formation