A exemplo dos anos anteriores, aí vai o que achei de melhor nas minhas leituras onívoras de bom neste ano curto (vai acabar amanhã, logo, teremos alguns dias a menos):
Economia, mercados e afins:
- Diary of a Very Bad Year (2010)
Série de entrevistas de um (muito inteligente) gestor de hedge funds anônimo para a revista n+1 ao longo da crise de 2007 - 2009. Grande maneira de ver como pensam esses profissionais e um ótimo documento histórico para o período.
- Hedge Fund Market Wizards, Jack Schwager (2012)
Jack Schwager adiciona mais um bom título para sua série Market Wizards. Dos melhores aprendizados para quem senta ou quer sentar em uma mesa de operações.
- Bumerangue, Michael Lewis (2011)
Compilação ligeiramente modificada das matérias que Michael Lewis fez para a Vanity Fair após a crise. Resenhei aqui.
- Reinventing the Bazaar: A Natural History of Markets, John McMillan (2003)
Livro fascinante e isento (na medida do possível) de ideologias sobre essa instituição tão discutida e pouco compreendida. Mais satisfatório ainda ver que passou incólume pelas várias mudanças de paradigma dos últimos anos.
- Economix: How and Why Our Economy Works (and Doesn't Work), in Words and Pictures, Michael Goodwin e Dan E. Burr (2012)
Uma ótima e honesta introdução à história do pensamento econômico, em forma de quadrinhos. Deve ser um ótimo material didático.
- American Sucker, David Denby (2005)
Denby é o crítico fodão de cinema da New Yorker; este livro é o relato da tragédia pessoal dele quando ele se divorciou e resolveu tentar surfar na bolha do Nasdaq, entre 1999 e 2001. Além da crônica dos tempos, é mais uma grande lição de como pessoas muito eruditas e inteligentes às vezes deixam-se levar por manias irracionais.
Temas menos mundanos:
- The Memory Chalet, Tony Judt (2011) e Thinking the Twentieth Century, Tony Judt e Timothy Snyder (2012)
O legado final do grande Tony Judt. Resenhei o primeiro aqui e separei alguns trechos do segundo aqui.
- Notícias do Planalto, Mario Sergio Conti (1999)
Não só li com 13 anos de atraso, como li antes de sair a nova edição. De qualquer jeito e com todas as falhas e vieses possíveis, parece um livro essencial para compreender o Brasil.
- Imperium, Ryszard Kapuscinski (1995)
Kapuscinski e sua relação com o império soviético, desde a época de estudante na Polônia-satélite até a dissolução nos anos 90. Muito bom conhecer um pouco de cada uma das repúblicas, que soam tão obscuras pra gente do outro lado do mundo.
- A Perfeição Não Existe, Tostão (2012)
Não bastasse ter jogado o que jogou, Tostão tem o melhor texto da imprensa esportiva brasileira.
- The Hare with the Amber Eyes, Edmund de Waal (2011)
Justificou todo o hype. De Waal usa miniaturas de porcelana para contar a história de sua família em algumas das cidades mais agitadas do mundo no final do século XIX / início do século XX.
- Gut Feelings: The Intelligence of the Unconscious, Gerd Gigerenzer (2007)
Ótimo contraponto à moda corrente de economia comportamental. Gigerenzer mostra como o inconsciente às vezes joga a nosso favor e o valor da simplicidade e heurística.
- Diário da Corte, Paulo Francis (2012)
Legal voltar a ler Francis, aqui escrevendo, entre 1976 e 1990, para a Folha. Tem uma resenha minha aqui.
- De Carona com Buda: o Japão de Cabo a Cabo, Will Ferguson (2007)
Ótima companhia para a viagem ao Japão. Ferguson foi de uma ponta a outra do Japão pegando carona com os locais e tentando decifrá-los.
Ficção:
- The Amazing Adventures of Kavalier & Clay, Michael Chabon (2000)
Um dos favoritos do NPTO, não à toa.
- A Chave de Casa, Tatiana Salem Levy (2007)
Das autoras da minha geração que mais gostei de conhecer, sobre a relação de pessoas com lugares e o passado conhecido e desconhecido.
- Neve, Orhan Pamuk (2006)
O comitê do Nobel às vezes acerta. Livro lindíssimo.
- Two Caravans, Marina Lewycka (2008)
Uma nota abaixo do anterior, mas ainda muito engraçado. Quero muito ler o mais recente.
- The Marriage Plot, Jeffrey Eugenides (2011)
Também justifica o hype, ainda que eu tenha uma compaixão assumida por histórias de síndromes de Peter Pan mal resolvidas.
- O Rei Branco, György Dragomán (2009)
Ser criança na Romênia comunista não era fácil. Muito bom quando um livro comprado pelo simples motivo de estar no saldão da Fnac surpreende tão positivamente.
- The Dinner, Herman Koch (2009)
Comprei pela empolgação da The Economist, que raramente fala tão bem de ficção. Difícil não ler em uma só sentada.
- A Megera Domada, Shakespeare (circa 1590)
Nunca é tarde demais pra começar a ler Shakespeare, né? Ótima tradução do Millôr na edição da L&PM.
Quadrinhos
- Habibi (2011) e Carnet de Voyage (2004), Craig Thompson
O primeiro é um épico delirante e ridiculamente bem desenhado, o segundo é um diário de viagem de um americano meio caipira, observador e muito sensível (e também ridiculamente bem desenhado).
- Box Office Poison, Alex Robinson (2001)
Dos tantos quadrinhos que falam da vida de jovens em grandes cidades, esse é o que mais me agradou.
- Deus, Essa Gostosa, Rafael Campos Rocha (2012)
Poucos sabem, mas Deus é uma negra escultural, dona de um sex-shop. Merece muitas continuações.
- Toda Rê Bordosa, Angeli (2012)
Toda a obra do Angeli merece ser eternizada em livro, este é um bom começo.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
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7 comentários:
Começou a ler o Shakespeare pela Megera Domada e achou bacana? Espera chegar nos realmente fantásticos!
Eu comprei um livrão com várias peças e essa é a primeira, como sou obsessivo, não conseguiria ler fora de ordem :)
Tinha lido em algum lugar que a Amazon ia parar de entregar no Brasil agora que esta montando a operação nacional, mas aparentemente não é verdade né?
A Amazon aqui vendo livros mais baratos do que lá+frete.
E aí.. leu bem, hein?
Infelizmente 2012 foi de menos leitura de livros dado que comecei uns projetos paralelos que estão tomando um pouco do tempo a noite, mas 2013 eu coloco um pouco em dia!
Um 2013 porrada aí pra tu, bro.
Abs!
Anon, meu último pacote de lá chegou há uns 15 dias, até agora não ouvi nada nessa linha.
intriguedtrader, de fato foi bom o ano pra leitura... ajuda muito não ver TV :) Ótimo 2013 pra você, também.
Por tua causa o Bazaar será o meu autopresente de Natal.
Minha sugestão de leitura é "Economyths: Ten Ways Economics Gets It Wrong". Livro de divulgação bem simples de um matemático. Algumas partes chatas, mas fala do Mandelbrot, complexidade, power law e outras matemáticas bem mais interessantes que o usual.
Por falar nisso, sai a avaliação das previsões ou estás esperando para amanhã?
Vai fundo no Bazaar, vale a pena. Anotei a sua dica (acho que alguém já tinha me falado desse livro).
Hahahaha, já acabou o dia na Austrália e não aconteceu nada... Na verdade não sei se vou ter tempo, acho que vou acabar fazendo só na primeira semana de janeiro.
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