sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Valor Agregado

Leio na Economist que a Suíça exportou, no ano passado, US$23,3 bilhões em relógios (mais de 30 milhões de unidades ao preço médio de incríveis US$685). No mesmo período, o Brasil exportou 327 milhões de toneladas de minério de ferro, recebendo por isso US$31 bilhões. Mas beleza, bom mesmo é gastar dinheiro público para incentivar campeões nacionais produtores de commodities.


9 comentários:

paulo araújo disse...

Caro

O Brasil é muito bom para tirar minério de ferro do chão, e a Suiça é muita boa para fazer relógios caros e que, no essencial, mostram as horas do mesmo jeito que um "chinesinho". Nada contra os que pagam para ostentar no pulso um “Swiss-made”. Cada um que faça o que bem quiser com o dinheiro que lhe pertence.

O que temos aqui, uma jabuticabeira que nunca cessa de dar frutos no jardim do Rei, é um BNDES que é o que é que: tira dos pobres para dar aos ricos. Como, aliás, mostrou Mansueto no post "Por que no Brasil Lemann [3G capital] precisa do BNDES?".

E assim vamos, no Brasil companheiro...

Abs

Anônimo disse...

Brasil é uma merda igual a 500 anos atrás, e o pensamento Mercantilista ainda impera, riqueza nesse pensamento é acumulo de mercadorias ou moeda. Mas na verdade riqueza como ja entendiam os ingleses nessa época é deter os meios de produção, moeda e recursos apenas migram. A não ser que dirijamos notas de reais ou compremos minério de ferro na loja de departamentos.

Anônimo disse...

teoria economia explica muito isso. Claro que anos de investimento em um setor podem dar algum resultado mas vantagens comparativas, Heckscher–Ohlin, samuelson, etc... explicam bem isso

Anônimo disse...

A Suiça quase foi varrida do mapa neste setor nos anos 60, com a popularização do relógio de quartzo japonês. Metade dos fabricantes quebraram na época...

askanio disse...

Uai, nao somos a sexta economia?

"O" Anonimo disse...

Drunken,
Um dos maiores problemas do Brasil é que nós não abraçamos nossa vocação de exportador de commodities. As reformas liberalizantes desde o final dos anos 80 diminuíram o viés pró-manufatura e por causa disso, conseguimos melhorar nossa distribuição de renda e sair da estagnação. Infelizmente, temos o fracasso no DNA e agora estamos tentando remar contra a vantagem comparativa com o objetivo de parar a ‘desindustrializando’. Pode levar para o banco que vamos ter nosso crescimento reduzido e/ou os ganhos de distribuição de renda vão para o beleléu.

“O”

Drunkeynesian disse...

"O", eu sei que isso me coloca do lado obscuro dos desenvolvimentistas, mas não acho que o Brasil conseguiria viver só das vantagens comparativas "naturais". Dependeria muito de um sistema de tributação / redistribuição muito eficiente, para contrabalançar o fato do setor empregar pouca gente e precisar de concentração para escala e margens melhores. Acho isso quase impossível para o Brasil.

Acho que se há uma finalidade justificável para o BNDES seria tentar criar outras vantagens comparativas, como a periferia da Ásia conseguiu criar. Evidente que estamos muito distantes disso, e temos o pior dos dois mundos: o BNDES fomenta pouco setores com potencial de inovação e alimenta ineficiências nos produtores de commodities...

"O" Anonimo disse...

Se você quiser ser sério e desenvolver a competitividade em outros setores que não àqueles relacionados às commodities, a primeira ação necessária é abrir a economia (por exemplo, assinando um tratado de livre comércio com os EUA); a segunda ação necessária é permitir o desaparecimento de qualquer setor que não puder competir internacionalmente.

O resto é remar contra a maré ou no caso de proteção é agir ativamente contra o desenvolvimento de uma indústria competitiva.

Anônimo disse...

Relógio de pulso é coisa de babaca