terça-feira, 9 de junho de 2009

O PIB da discórdia

O PIB brasileiro encolheu 0,8% no primeiro trimestre deste ano, quando comparado ao último trimestre do ano passado, divulgou hoje o IBGE. O resultado, embora significativamente melhor do que o esperado pelos analistas, confirma a chamada "recessão técnica" do Brasil -- ou seja, dois trimestres consecutivos de queda no produto, nada mal para a "marolinha" que ia chegar por aqui. O dado, claro, conta uma história passada, e o futuro segue dependendo do que acontecerá no resto do mundo. Nem por isso nossos çábios governantes deixaram de tripudiar. O Ministro da Fazenda fez questão de dizer que o mercado inteirinho errou, como se houvesse uma torcida organizada contra o crescimento do país. Esqueceu-se de dizer que ele mesmo, em Novembro do ano passado, dizia que o Brasil perseguiria uma meta de 4% para o crescimento de 2009. Agora, para o resultado do ano cheio, qualquer crescimento será comemorado.

A surpresa positiva caiu como uma bomba no mercado de juros futuros, que teve o dia de maior alta no ano. O juro para Janeiro de 2011 subiu 0.4% (parece pouco, mas é muito para um mercado que é cotado em centésimos de ponto percentual), reflexo, em parte, da possibilidade do Banco Central reduzir significativamente o ritmo do corte de juros já na reunião de política monetária de amanhã. Se os atuais níveis de mercado seguirem se confirmando, o Brasil continuará trabalhando com um juro real (expresso pelos títulos indexados do Tesouro) de mais de 6%. Ou seja, mesmo após a pior crise mundial desde a década de 1930, não teremos conseguido derrubar significativamente o custo dos empréstimos em moeda local. Será que somos mesmo um país tão diferente?

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom Blog!
Continue postando!