quinta-feira, 25 de abril de 2013

Leituras da Semana

- Bom resumo de toda a polêmica Reinhart / Rogoff.

- Uma (longa) lista de livros sobre finanças quantitativas.

- Boa apresentação sobre crises financeiras e mecanismos de propagação.

- Entrevista com Olivier Blanchard, no Valor.

- Entrevista com Nate Silver.

- Entrevista (de 2010) com James Montier.

- Apresentação de Jim Chanos sobre a China.

- Quanto US$5 compram em comida pelo mundo.

- John Gray sobre Karl Marx.

- Hitler, Trotsky, Tito, Freud, Stalin: vizinhos.

- Philip Roth sobre um velho professor.

- Como o captcha realmente funciona.

- Uma nova função matemática.

6 comentários:

  1. Tópico: finanças quantitativas. O principal fundo Winton de David Harding que emprega somente estratégias oriundas da análise quantitativa (opera futuros em 70 mercados e emprega cerca de 70 PhDs) tem mantido uma taxa mensal de acerto estável desde 1997 em torno de 59%. Todavia, o payout vem caindo de 1,75 vezes nos últimos 15,6 anos (desde a sua inserção), para 1,73 nos últimos 10 anos, 1,46 nos últimos 5 anos e 1,19 no último ano (contado entre abr/12 e mar/13). A evolução das taxas anuais dos retornos ex-fees têm caído de 13,64% aa, para 11,41% aa, 4,84% aa e 2,59% aa nos respectivos períodos. Li que uma possível razão teria sido o aumento significativo do tamanho do fundo que atualmente atinge cerca de $ 20 bilhões (começou com menos de $ 10 milhões). Hoje ele deu uma palestra em NY em que um amigo esteve presente e logo mais saberei qual é a sua justificativa. KB.

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  2. Tópico RR: não tinha visto essa história... pqp que coisa, hein?

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  3. Obs.: Comentário “off-topic“ e gigante (peço desculpas antecipadamente).

    Prezado,

    Primeiro, quero dizer que, embora este seja meu primeiro comentário aqui, acompanho suas postagens com frequência há pelo menos dois anos. Volto sempre porque, embora discorde de algumas das suas opiniões, a qualidade do blog é indiscutível. Parabéns pelo trabalho e obrigada pelo esforço de fazê-lo, ainda mais considerando que esta não é a sua fonte de renda.

    Isso posto, quero tirar uma dúvida suscitada pelo livro “Economia do Setor Público – Uma Abordagem Introdutória“, do autor Flávio Riani (5ed. – LTC, 2011). Como não sei se você tem (ou teria) esse livro, vou transcrever alguns trechos constantes da parte final (subitem 7.5, págs. 224, 225 e 226):

    “(...) a questão central das dificuldades e dos aumentos dos gastos do governo têm uma causa, (...) relacionada aos encargos da dívida pública.“

    “O estoque da dívida pública sofre oscilações cujas causas relacionam-se a ações tomadas pelo governo, a maioria delas com a preocupação em manter níveis de sustentabilidade do mercado financeiro e manter o risco Brasil cada vez menor.“

    “(...) o estoque bruto da dívida, sobre o qual incidem os encargos, superam hoje R$ 1,6 trilhão, ou seja, 66,9% do PIB.“

    “(...) os dados mostram que, comparados a 1998, os recursos destinados ao pagamento dos juros nominais da dívida em 2006 são 234% maiores. Não existe nas contas do governo nenhum item de despesas que tenha apresentado elevação de despesas próximas a esse patamar.“

    “Quando se analisa a composição dos gastos do governo, observa-se, também, que o item encargos da dívida constitui-se no principal item de despesa do governo.“

    “(...) os números dos encargos da dívida mostram números alarmantes. Como pode um país como o Brasil, com suas desigualdades e pobreza, ignorar o fato de que gasta com dívida 7 vezes mais do que se gasta com educação e saúde, 20 vezes mais do que se gasta com segurança, 156 vezes mais do que em ciência e tecnologia, etc.?“

    “Na realidade, o engessamento dos gastos do governo está na questão da dívida. É ela a causadora da elevada carga tributária e não a previdência ou os demais gastos do governo. Como pode, em um país como o Brasil, passar despercebido o fato de que estamos com uma carga tributária de 34%, sendo que 30% dela destina-se a pagamentos dos juros da dívida?“

    Bom, feitas as transcrições, minha pergunta é: as afirmações do autor são verdadeiras? Se sim, diante da magnitude do fato, como pode não ser esse o assunto mais importante da pauta econômica? (Seja por parte de jornalistas e/ou de economistas.)

    Agradeço desde já.

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  4. Oi, Gisele,

    Obrigado pelos elogios.

    Não tenho o livro, vou tentar comentar pelo o que você transcreveu.

    Acho curiosa a abordagem porque trata o estoque de dívida como se fosse um fardo divino, que caiu dos céus sobre os ombros do contribuinte brasileiro. O estoque claro, é a soma dos déficits acumulados durante a história, mais os juros.

    Pode-se questionar a qualidade dos gastos que levaram a esse endividamento (e esses muito provavelmente estão longe de serem ideais), mas não faz sentido se rebelar contra a dívida em si. Também é possível questionar os juros pagos, mas não faz tanto tempo que o Brasil pode se dar ao luxo de ter alguma escolha sobre como e a que taxas se financia.

    Enfim, o assunto de fato é muito importante, mas acho que deve ser visto por outra abordagem: i) qual o tipo de gastos que leva o país a ter déficits fiscais e acumular dívida (parte grande da resposta a isso está no custo ridículo do funcionalismo público) e ii) por que pagamos juros mais altos do que quase todos os outros países do mundo. Tem muito material sobre isso, é só procurar. Indignar-se com o tamanho do serviço da dívida já contratada parece bobagem.

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  5. Gisele, Drunk,

    Acho que no final de tudo reside a política. Como nas soluções para a crise de 2008 e as derivadas dela.

    (Sei que um bando de crianças vão chorar nessa caixa de comentários, mas o que esperar de crianças?).

    No final é a política, no melhor dos sentidos.

    Direto ao ponto, nosso estoque de dívida e o respectivo gasto com os juros para carregá-la são fruto de (péssimas) decisões políticas e estratégicas no passado

    (ai é 101 em História Econômica Brasileira).

    A questão mais importante hoje é aceitar que o principal partido de centro-esquerda, que teoricamente poderia optar por um ruptura (usando ferramentas que só a política possui) optou pelo caminho oposto.

    Tanto na dívida externa como no perfil da interna, a mudança foi via mercado, sem radicalizações. Custou bem mais caro, mas reduziu a instabilidade.

    É um problema e tanto (como a estatística mostra) mas que precisará de outras soluções que não uma ruptura. O caminho é o crescimento, como foi demonstrado em pequenos "espasmos", e ir realocando gradativamente os recursos para áreas estruturais como educação, saúde e c&t e melhorando a efetividade dos serviços públicos.

    Vai demorar séculos, talvez não vejamos os frutos, mas se tem algo que aprendi com a China é que o importante mesmo é o rumo. E é inegável que essas escolhas recentes (FHC e Lula) colocaram o país no rumo certo.

    Como contra-factual basta olhar para nossos hermanos do sul e do norte.

    Se esses dados nos causam indignação, isso é bom. Que aprendamos com os erros do passado.

    PS.: Fantástica essa matéria sobre Viena 1913. O mais próximo que posso imaginar é o Vale do Silício para Tecnologia da Informação.

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  6. Prezado,

    Obrigada pela resposta.

    De novo, parabéns pelo blog. Espero que tenha vida longa.

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