- Ideia econômica do ano: metas para o PIB nominal, que eu não acho particularmente brilhante, mas é o que temos, por enquanto.
- Pior ideia econômica do ano: sanções e multas para os países da Europa que não cumprirem metas fiscais.
- Acadêmico mais pertinente: Barry Eichengreen.
- Melhor research de banco: Nomura, pelo Richard Koo ter acertado (por enquanto) o script japonês das crises dos EUA e da Europa, pelos acertos de Kevin Gaynor e Bob Janjuah na direção geral dos mercados e por ter sido, por muito tempo, a única casa que dizia que o Banco Central do Brasil cortaria os juros antes e mais do que o consenso imaginava.
- Troféu sic transit gloria mundi: John Paulson, depois de ser "o" cara que lucrou com a crise de 2007/2008, vai terminar o ano perdendo
- Furos de bolha do ano: algodão (caiu 62% do pico, em março) e Netflix (perdeu 60% do valor de mercado).
- Troféu "Vivendo e Não Aprendendo": cotistas da GWI, que voltaram a confiar num gestor incompetente / maluco / mal intencionado e foram novamente varridos, desta vez por uma verdadeira marolinha do mercado.
- Pior case do mercado de ações no Brasil: disputa duríssima. Tivemos grandes micos em praticamente todos os setores, mas acho que fico com os frigoríficos amigos do BNDES, sobretudo a Marfrig, que colaborou muito para o desastre do camarada mencionado acima. Menções desonrosas para Lupatech, B2W, HRT, Gafisa, etc...
- Melhor factóide: risco EUA maior que risco Brasil, cortesia, claro, de Guido Mantega. E ele ainda arrisca entrar na história como o cara que decretou a "guerra cambial" dos anos 2010.
- Melhor hedge fund: Banco Central do Brasil, que passou boa parte do ano comprando dólares perto de R$ 1,60 e vendeu a R$ 1,90. Além disso, acertou na mosca (por acaso ou não) o timing da crise européia quando resolveu cortar os juros e capturou todo o rali nas Treasuries e bônus de países desenvolvidos que compõem as reservas internacionais. Só vai faltar o Tombini pedir bônus de performance para dona Dilma.
- Melhor twitter: @PSTUvote16, com um kolkhoz de vantagem.
- Melhor blog novo estrangeiro: Global Macro Monitor (é do fim do ano passado, na verdade).
- Melhor blog novo brasileiro: era para ser o A Consciência de Dois Liberais, mas parece que esse já foi abandonado prematuramente (diz-se que por criticar a FIESP. Parabéns, grupo Abril, por cultivar e defender a liberdade de expressão no país). Um dos "dois liberais", o Fábio Kanczuk, lançou o Cerebelo Econômico, que é bastante promissor.
- Foto do ano: em política / economia, esta da Merkel e Sarkozy apontando para o Mario Monti é insuperável. No absoluto, fico com essa do quebra-quebra em Vancouver depois que os Canucks locais perderam a Stanley Cup para o Boston Bruins.Corinthianos depredando o Pacaembu depois da eliminação da Libertadores são amadores.
- Disco de rock do ano: w h o k i l l, do tUnE-yArDs, apesar da grafia ridícula.
- Melhor disco de jazz que ainda não ouvi: Samdhi, do Rudresh Mahanthappa.
- Melhor show em São Paulo: empate entre Christian Scott e Chris Potter, ambos no SESC Pompéia. A apresentação do Stevie Wonder no Rock in Rio também não foi mole.
- Melhor site de comics: estrangeiro, Abstruse Goose. Brasileiro, Dinâmica de Bruto.
- Melhor destino turístico futuro: Grécia, depois da desvalorização. Mesmo com o euro, já está relativamente barato.
- Melhor paper acadêmico: o estudo sobre traumas cerebrais nas histórias do Asterix.
- Pior paper acadêmico: Male Organ and Economic Growth: Does Size Matter?
- Melhor nome de presidente exercendo o cargo: Goodluck Jonathan (Nigéria)
- Melhor nome de personagem de filme (que poderia ser presidente de algum país): Motherfucker Jones, personagem impagável de Jamie Foxx em Quero Matar Meu Chefe.
- Melhor pior analogia: Christopher Hitchens, o Reinaldo Azevedo deles. Pelo menos gerou dezenas de boas piadas.
- Palavra do ano: o Merriam-Webster diz que é pragmatic, mas só porque não tiveram coragem de eleger bunga bunga.
Ainda preciso conferir as minhas previsões e algumas do mercado para o ano, e aí 2011 estará acabado para este humilde blog. Fiquem por aí.
Bom, se tem alguém perseguindo PIB nominal então faltou entregar, porque neste ano nem no próximo, "in other words", os tais 5% que tanto falam. Pode ser que o melhor HF tenha sido o BC mas, ele fez a festa de quem carregou as NTN-Bs no quesito risco/retorno. Qdo vejo aqueles coreanos chorando pela morte daquele facínora, logo me vem á cabeça os cotistas da GWI. O Paulson tá na roça este ano, mas ainda tem um track record espetacular. Ainda bem que estão construindo o Itaquerão(just kidding!) e "last but not least" quer ficar antenado? então não perca, The Drunkeynesian!!!
ResponderExcluirAbs e Um Feliz "Nativity"
NTN-Bs exigiram paciência, mas terminaram mesmo muito bem o ano.
ResponderExcluirObrigado J, Feliz Natal por aí, também.
Fala Drunkeynesian,
ResponderExcluirSobre a sua ideia econômica do ano, vc tinha escrito um post sobre metas de pib nominal e eu dei uma lida rápida e achei que vc talvez tenha confundido sobre como funciona esse sistema. No post vc escreveu a seguinte frase:
"Juntando a + b... Não espero que ninguém de Brasília vá a público dizer que, sim, o Brasil tem uma meta implícita de crescimento de PIB nominal...." sendo que "a" seria que o Brasil utiliza metas inflacionárias e que o governo tem como meta um crescimento real de x% da economia. Porém se um país utilizar metas de pib nominal ele não poderá escolher qual será a sua inflação e o seu crescimento real pois essas variáveis ficam endógenas nesse contexto.
Abs e feliz natal!
victor, você tem razão, e por isso não dá pra dizer que a ideia está sendo implementada no Brasil como quem a criou teria proposto. A nossa versão é implícita, partindo do princípio que teríamos uma meta para as duas variáveis.
ResponderExcluirAbraço e Feliz Natal pra você, também.
Acho que ficou um pouco confuso o que escrevi anteriormente, o que eu tava falando é que não tem como um país ter uma meta para as duas variáveis (crescimento e inflação), se um país utiliza metas inflacionárias o crescimento real da economia será endógeno, e caso um país decida por ter uma meta de crescimento real (só possível no curto prazo), a inflação será endógena. Nos dois casos que eu citei o PIB nominal também será endógeno. Ou seja, com metas inflacionárias -> cresimento real e nominal endógenos. Meta de crescimento real -> inflação e crescimento nominal endógenos. Metas de PIB nominal -> inflação e crescimento real endógenos.
ResponderExcluirSe o país tem metas inflacionárias e uma meta de crescimento real (na minha opinião isso nem é possível) da economia isso não quer dizer que o país está seguindo metas de PIB nominal(implicitamente), pois no caso de metas de PIB nominal o governo não decide qual será o valor da inflação e nem o crescimento real da economia.
Abs
Blog economico melhor humorado: Drunkeynesian
ResponderExcluirPior humorado: bolhaimobiliaria.com(tá foda)