Milton Friedman dizia que nunca houve um corte de impostos de que ele não tivesse gostado. Eu discordo. Odeio cortes de impostos que favorecem diretamente o consumidor e, indiretamente, indústrias que não geram inovação. Odeio medidas que vão incentivar mais compra de automóveis, quando é nítido que o país precisa de mais transporte público de qualidade (o que, por sinal, seria muito mais ecológico do que aumentar o ritmo de produção de carros). Odeio pensar que gastança e incompetência serão confundidas com boa vontade, consciência ecológica e vanguarda. Odeio pensar que não vou rir por último, já que provavelmente farei parte dos que pagarão por excessos desse tipo. Já estou odiando esta enumeração, então vou parar por aqui.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
A palhaçada verde, versão Brasil
A cara de pau de políticos não têm limites. Veja o Brasil, bonito por natureza e dotado do maior potencial de geração hidroelétrica do mundo: um acaso da natureza agora faz com que o país possa alardear que tem a energia mais limpa do mundo, e leva o nosso Ministro de Minas e Energia a apontar o dedo para os americanos, que dependem do carvão para gerar 50% da energia que consomem. Esse tipo de bravata não custa ao consumidor, pelo menos. O caso do Ministério da Fazenda é mais grave: a causa verde ("Brasil está muito preocupado com meio ambiente", proclamou o çábio Mantega) está sendo usada como justificativa para subsidiar, via isenções e corte de impostos, indústrias com boa influência no governo. Paga a conta, como sempre, o contribuinte. Já havia sido anunciada uma isenção para geladeiras que tivessem um "selo verde". Hoje foi a vez da indústria automotiva: foi mantido o IPI reduzido de 3% para carros flex 1.0 até março do ano que vem (o plano inicial era voltar, gradualmente, a alíquota aos 7% pré-crise). Segundo a Fazenda, tal medida vai custar R$ 1,3 bilhão às contas públicas.
E qual opção temos? Nos mudar pra Suíça? Votar no PV? No PSOL? Ou iniciar um movimento revolucionário?
ResponderExcluirNão reeleger a corja que está em Brasília já é um começo.
ResponderExcluirEstou com o Friedman, cortou impostos, estou dentro.
ResponderExcluirBom, hoje somos felizes subsidiadores da indústria de móveis, também.
ResponderExcluirQuero mertade da riqueza de Ribeirão Preto. Subsidio esses caras desde a decada do pró-alcool...e agora subsidio tb empresa gringa controlada por Chineses....empresa moveleira de santa catarina...boa parte dos frigorificos desse pais....e as frangueiras tb....algum dia isso vai se traduzir em comida mais barata na minha mesa?
ResponderExcluirBem observado... e, pelo contrário: provavelmente vai sair comida da sua mesa pra pagar os impostos decorrentes dos subsídios.
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir