segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Os livros de 2020

O blog segue agonizando, mas teima em não morrer. Aí vai o post anual de costume (todo o resto está no Goodreads):

Ficção:


'Tiempos Recios', Mario Vargas Llosa. O melhor Vargas Llosa desde 'Travessuras da Menina Má', retomando a verve e alguns personagens de 'A Festa do Bode' para contar a história do golpe militar de 1954 na Guatemala.

´Sobre os Ossos dos Mortos', Olga Tokarczuk. Foi propagandeado como um panfleto ambientalista, mas também pode ser lido como uma história de detetive tragicômica contada por uma narradora sem nenhuma credibilidade.

'A Vida Invisível de Eurídice Gusmão', Martha Batalha. Um dos melhores romances contemporâneos que já li, muito mais leve e divertido que a versão em filme.

'A Peste', Albert Camus. Releitura inevitável do ano, felizmente muito mais otimista do que eu lembrava ser.

'Segredos', Domenico Starnone. Ainda não apareceu o livro do Starnone que li e não gostei.

'Biografia Involuntária dos Amantes', João Tordo. Viagem sentimental atormentada pela Galícia, Canadá e Londres.

'The Nickel Boys', Colson Whitehead. Vale o hype do Pulitzer.

'Torto Arado', Itamar Vieira Junior. Um livro que vai passando e deixando uma legião de pessoas que o recomendam entusiasmadamente. Em breve numa lista de leituras para o vestibular. A grande leitura do ano, sem dúvidas.

'The Vegetarian', Han Kang. Para quem conhece um pouco de cinema coreano e nada da literatura, é exatamente o que se espera.

'The Loser', Thomas Bernhard. Você era o melhor pianista do mundo, mas deu azar de ser colega de sala de Glenn Gould. Loser.

'Perto do Coração Selvagem' e 'A Hora da Estrela', Clarice Lispector. Efemérides servem como uma cutucada para correr atrás dos buracos na formação. 


Não-ficção:

'Em Busca da Alma Brasileira: Biografia de Mário de Andrade', Jason Tércio. Biografia à altura do incansável biografado.

'This Is Not Propaganda: Adventures in the War Against Reality', Peter Pomerantsev. Um mergulho no submundo digital onde habitam bots, extremistas e governos inescrupulosos.

'The Story of Art', E.H. Gombrich e 'The Great Movies', Roger Ebert. Dois grandes produtos da mistura imbatível de paixão e erudição, dois guias para mundos que pedem uma vida de exploração.

'Crônicas de Jerusalém', Guy Delisle. Delisle usa como poucos os quadrinhos para fazer rir e pensar na mesma obra.

'Shah of Shahs', Ryszard Kapuscinski. Kapuscinski é dos autores que leio aos poucos para que a obra não acabe tão rápido.

'The Narrow Corridor: States, Societies, and the Fate of Liberty', Daron Acemoglu e James A.
Robinson. O ímpeto de querer encaixar todas as sociedades de todos os tempos na tese central às vezes irrita, mas vale insistir. 

'A Organizaçao', Malu Gaspar. Malu é a melhor repórter investigativa do Brasil. Impressionante reconstrução de décadas de escândalos que deveriam continuar nos chocando.


P.S. Para recomendações boas mesmo, recomendo olhar a lista de livros presenteados no amigo secreto do incrível grupo de leitura do qual tenho a alegria de participar. Não há melhor curadoria.

Um grande 2021 a todos, merecemos.

3 comentários:

Fabio Storino disse...

Post mais aguardado que o especial de Natal do Roberto Carlos. Obrigado por continuar compartilhando as leituras do ano! Curto bastante

Sergio Keller disse...

Obrigado!

Tel U disse...

very interesting article, thank you very much for sharing this