quarta-feira, 1 de abril de 2015

Sambas e a economia brasileira

O pessimista: "Saco de Feijão", de Chico Santana, gravado pela Beth Carvalho em 1977 (inflação era algo como 45% no ano—ainda tinha muito pra piorar):

No tempo dos "derréis" e do vintém
Se vivia muito bem, sem haver reclamação
Eu ia no armazém do seu Manoel com um tostão
Trazia um quilo de feijão
Depois que inventaram o tal cruzeiro
Eu trago um embrulhinho na mão
E deixo um saco de dinheiro



O otimista: "Partido Baixo do Partido Alto", de Miguel Gustavo, gravado pela Elizeth Cardoso em 1972. Não consegui achar um histórico bom de retornos da bolsa brasileira (Alguém tem aí? Acho que tem uma tabela boa no final do Ordem do Progresso, não tenho o livro aqui), mas, de acordo com este gráfico, o mercado foi bem festivo entre 1966 e 1971.

Comprei Banco do Brasil  
Comprei Vale e Petrobras 
Até eu já estou na bolsa, ninguém me segura mais





Bônus: e mais recentemente tivemos... bem, tivemos "Eike Batista", com o Forró Estourado:

Eu durno na Disney, acordo em Las Vegas
Jogo no cassino com as mulheres mais belas
Que vida boa, não faço nada, e a minha conta só aumenta
A minha vida é 5 estrelas, eu não sei o que é problema
Me diz ai o que é que eu sou
Bi-bi-bilionario... bi-bi-bilionario... bi-bi-bilionario
Dei uma gorjeta pro garçom e ele comprou uma BMW