Depois de muito tempo, em 2014 consegui acompanhar mais ou menos sistematicamente os lançamentos do que me interessa em música. Aqui o que mais gostei, sem ordem particular:
- Trilhas de Boyhood e Chef, as melhores mixtapes do ano: a primeira tão boa quanto o filme, músicas seguindo a vida do personagem principal (finalmente me cocei pra ouvir Wilco depois de gamar em I Hate It Here); a segunda, trilha para uma roadtrip acompanhada de música caribenha e do sul dos EUA. Boyhood ainda nos presenteou com uma excelente coletânea pirata das melhores músicas dos ex-Beatles em carreira solo. Os caras eram bons, mesmo (OK, o Ringo, muito mais sortudo do que bom).
- D'Angelo and the Vanguard, Black Messiah. Disse tudo o Sasha Frere-Jones: "D’Angelo is worthy of the arrogance of Isaac Hayes, who, in 1971, called an album “Black Moses,” with no apparent metaphoric dodges, and the self-regard of Prince. Arrogance suits pop stars, as their swagger encourages our own, especially in a moment of social fracture. D’Angelo is entitled to brag."
- Avishai Cohen's Triveni, Dark Nights. Trio de trompete, baixo e bateria, tudo meio soltão, pra ouvir no escuro e esquecer do tempo passando. Cohen também está no lindo Lathe of Heaven, do Mark Turner Quartet (também sem piano), e Turner, grande saxofonista, tocou com o colossal trompetista Tom Harrell em Trip—este inspirado em Dom Quixote.
- Girma Yifrashewa, Love and Peace. Pianista etíope, às vezes lembra Keith Jarrett, às vezes Chopin, às vezes a compatriota Emahoy Tsegue-Maryam Gebrou (que apareceu na sensacional Ethiopiques). E não costumo gostar muito de piano solo...
- Tord Gustavsen Quartet, Extended Circle, melhor representante do jazz escandinavo da ECM. Tudo lindamente tocado, quase melhor que o silêncio.
- Christine Jensen Jazz Orchestra, Habitat e Marius Neset/Trondheim Jazz Orchestra, Lion. Dois discaços de orquestras, ambos lembrando um pouco o que faz a Maria Schneider. Lion faz belo uso do acordeão, instrumento do qual tenho gostado cada vez mais.
- Andrew Bird, I Want to See Pulaski at Night, só pela primeira música, que tocou em um episódio de Orange Is the New Black e não me saiu da cabeça desde então.
- Pat Metheny Unity Group, Kin (←→). Pelo Chris Potter, talvez o melhor saxofonista da geração. O baterista é o mexicano Antonio Sánchez, que fez a trilha de Birdman.
- Melissa Aldana & Crash Trio, a chilena quebrando tudo, sem o suporte do piano, sob a melhor influência de Sonny Rollins. Também foi dos melhores (poucos) shows que vi no ano passado, no festival da Berklee.
- Quadraceratops, septeto de Londres que descobri por acaso, lendo jornal.
- Jeff Ballard Trio, Time's Tales. Miguel Zenon melhor aqui do que no seu solo lançado no ano, Identities Are Changeable. Lionel Loueke completa o trio.
- Jerome Sabbagh, The Turn, acho que o disco que mais vezes ouvi no ano passado, junto com o da Melissa Aldana. Difícil saber quem está melhor, Sabbagh ou o guitarrista Ben Monder.
- Noura Mint Seymali, Tzenni. Como disse no Twitter, o melhor disco de rock do ano passado foi feito por uma mulher da Mauritânia (podem me xingar de cosmopolitohipster, ou algo do tipo).
Muito bom drunk. Continue com seus post musicais!
ResponderExcluirA proposito, qual é o seu metodo/fonte preferido para acompanhar/descobrir os lançamentos e artistas?
Abcs
Eu continuo indo em loja de disco e, às vezes, compro coisas aleatoriamente. No mais, Downbeat, os blogs da NPR, críticas do Guardian e do FT, etc...
ResponderExcluirDrunk, caí numa postagem antiga sua:
ResponderExcluirhttp://drunkeynesian.blogspot.com.br/2012/04/grafico-do-dia-minerio-de-ferro.html
Incrivel, se tivesse vendido VALE na epoca teria ganho ~60% :D