quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Os filmes (e séries) de 2014


Tem muita coisa que foi lançada em 2013 e eu não tinha visto, não sei se regula com o que passou no Brasil ano passado. Em ordem aleatória:

All Is Lost, J.C. Chandor. Belíssima atuação do Robert Redford, mais um golaço de Chandor (ele dirigiu Margin Call).

August Osage County, John Wells. Julia Roberts encarando Meryl Streep sem fazer feio (pelo contrário), em mais uma história de famílias infelizes.

Before Midnight, Richard Linklater. Inferior ao anterior, mas um final digno para uma grande trilogia.

La Grande Bellezza, Paolo Sorrentino. Não há cinismo que resista a Roma, tive a sorte de comprovar.

In a World..., Lake Bell. A estreia da bela Bell na direção, grata surpresa.

Movie 43, Steven Brill & Elizabeth Banks. Não vejam, é totalmente idiota (ri demais, porém).

Prisoners, Denis Villeneuve. Melhor noir dos últimos tempos.

A Touch of Sin, Zhangke Jia. Filmaço chinês que acho que o Tarantino gostaria de ter feito.

La vie d'Adèle, Abdellatif Kechiche. Valeria só pela Adèle Exarchopoulos, linda e talentosa, mas é um filmaço por si só.

Boyhood, Richard Linklater. Óbvio.


Entre as séries, gostei das temporadas de Orange Is the New Black, Girls (julguem!) e Ray Donovan. Homeland chegou a empolgar um pouco, mas terminou mal, mal. Penei pra ver uma temporada de The Americans, achei uma merda, estragaram uma premissa ótima. Gostei bastante de True Detective, mas acho que menos do que a média dos palpiteiros. House of Cards se perdeu e nunca mais vai se encontrar, acho. E bom, mas bom mesmo é Black Mirror, mas a última temporada é de 2013 (ainda não vi o episódio de Natal deste ano, bom programa pra daqui a pouco).

Feliz Natal, caros!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Os livros de 2014

Li tão poucos livros neste ano que nem vou fazer a tradicional divisão por categorias. Aí vai o que gostei, na ordem em que li:

Americanah, Chimamanda Ngozi Adichie. Vale todo o hype, foi "o" livro que indiquei pra listinha do Amálgama.

The Great Escape: Health, Wealth, and the Origins of Inequality, Angus Deaton. Um ótimo panorama de como a humanidade tem conseguido escapar da pobreza, por um grande entendido do assunto. Relevante tanto para leigos quanto para (presumo) doutores.

Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago. Não, eu ainda não tinha lido. Brilhante.

The Sense of an Ending, Julian Barnes. Primeiro romance do Barnes que leio, vou virar freguês. Assustador, mostra que provavelmente não vou ficar mais sábio com a idade.

My Brilliant Friend, Elena Ferrante. Outra autora que justifica o hype, das coisas boas que li na Itália. Também um antídoto para a era em que escritores são mais famosos pelo o que colocam no Instagram do que pelo o que escrevem.

Stoner, John Williams. Depois que li, soube que virou um best seller tardio e acidental na Europa. Como o Barnes acima, bem pessimista quanto a segunda metade da vida (olha a minha mid-life crisis chegando adiantada).

Thinking, Fast and Slow, Daniel Kahneman. Uma biografia científica brilhante de um dos poucos Nobeis de economia que faz-se entender além da academia, e das lições de humildade mais convincentes que já tive.

The Structure of Scientific Revolutions, Thomas S. Kuhn e The Eighteenth Brumaire of Louis Bonaparte, Karl Marx. Da categoria "deveria ter lido na faculdade, mas era vagabundo demais." Eternamente grato aos colossais Michael Piore e Suzanne Berger por terem me colocado pra ler isso no fabuloso curso de Economia Política do MIT (tem uma versão online).

Man's Search for Meaning, Viktor E. Frankl. Não é o Primo Levi, mas adiciona a um relato comovente sobre a vida nos campos de concentração nazistas uma exposição sobre logoterapia, abordagem interessantíssima da psicologia.


Ainda estou pra terminar o The Great Transformation, do Polanyi, que certamente entraria nessa lista, e ontem comecei o primeiro volume do My Struggle, do Knausgaard, que deve ser a leitura do verão. Ao Papai Noel, só peço mais tempo livre ano que vem.